Neste vídeo analiso uma VSL escritas por mim com o objetivo de mostrar meu processo de construção narrativa e modelagem de estruturas validadas.
Confira a resolução do vídeo!^
Esta VSL foi desenhada com maestria para guiar o espectador através de uma jornada emocional e lógica, culminando na apresentação de um produto focado em saúde e bem-estar. Não é apenas uma venda, é uma experiência cuidadosamente orquestrada. Vamos desvendar as camadas dessa estratégia de comunicação.
A VSL não perde tempo. Ela começa ancorando-se no mesmo gancho utilizado no anúncio anterior, criando uma continuidade e um reconhecimento instantâneo. A promessa principal é entregue nos primeiros parágrafos, não deixando margem para dúvidas sobre o benefício central.
Logo de cara, a conexão com o anúncio de origem é estabelecida, mantendo o público engajado desde o primeiro segundo. É como dizer: “Sim, você está no lugar certo, e a solução que buscava está aqui.”
Uma promessa central poderosa é colocada em destaque, servindo como o farol que guia o espectador através de todo o conteúdo. É o “porquê” eles devem continuar assistindo.
Crucialmente, antes de revelar a solução completa, a VSL pincela a existência de um “Mecanismo único”. Isso não só eleva a curiosidade mas também o desejo, fazendo com que o público anseie por entender “como” essa promessa será cumprida.
Rapidamente, provas sociais são introduzidas para começar a desmantelar qualquer ceticismo inicial. Elas não são apenas evidências; são combustível para escalar o desejo pelo produto, mostrando que “outros já tiveram sucesso.”
A VSL constrói um universo de personagens que ressoam profundamente com a audiência. Há um protagonista inspirador e forças externas que impedem o sucesso do público.
O especialista é posicionado como uma figura quase salvadora, um guia. Sua jornada e presença permearão toda a história, tornando-o um pilar de autoridade e simpatia.
A narrativa habilmente introduz os “vilões da história”. Este momento é estratégico, pois direciona a culpa dos problemas do público para entidades externas. No caso específico, a indústria farmacêutica é apresentada como a força conspiradora, o que ressoa com muitas das “suspeitas” que o público já possa ter.
Ao apresentar esses “vilões”, a VSL expande ainda mais a promessa principal. O público não apenas quer o resultado, mas quer a “vingança” contra quem o impedia, aumentando exponencialmente o desejo. A exibição de resultados de “outros” serve para solidificar essa percepção.
A VSL não apenas apresenta o problema, ela o personifica e o explora em suas múltiplas dimensões, garantindo que o público se veja na história.
A VSL identifica os dois maiores problemas do avatar: o físico (visível, objetivo) e o emocional (subjetivo, profundo). Ao abordar ambos, ela demonstra uma compreensão holística das dores do público, fazendo-o baixar a guarda.
A emoção central da inveja é ativada, especialmente ao focar no tema das “italianas”. Isso cria um ideal aspiracional: o que elas têm que o público não tem?
O especialista se coloca como prova viva: ele próprio alcançou resultados “sem uma genética dos sonhos”, o que é exatamente o que o público deseja ouvir. Ele não é inatingível; ele é alguém que “passou pelo mesmo”.
A narrativa do expert não começa no “mundo ideal”, mas sim “do fundo do poço”, refletindo a realidade de sobrepeso e seus problemas. Isso cria uma identificação instantânea, pois o expert estava “no momento em que o nosso público vive”.
Consciente de que a VSL original era muito focada em números, esta versão prioriza a emoção, descrevendo o impacto do problema na vida da pessoa, não apenas métricas, tornando a história mais sentimental e palpável.
A narrativa se aprofunda com um evento que, a princípio, parecia ruim, mas acaba impulsionando o crescimento profissional do expert. Essa “quebra de expectativa” mantém a atenção e mostra que a jornada não é linear.
O cerne da solução é desvendado com uma base científica, mas apresentada de forma acessível, e com um toque de exclusividade.
Um bloco estratégico lembra o espectador “porque ela está assistindo”, um conceito de copy que evita que a atenção se disperse. É um “retorno à base”, reforçando o interesse inicial.
A VSL educa sobre o funcionamento do GLP-1 (mensageiro da insulina) e GIP (o “guarda de trânsito”), explicando como inflamações e menopausa dificultam o processo natural do corpo.
Ao explicar o problema da “Fórmula Ozempic” e outros, a VSL não só educa sobre seu mecanismo, mas também remove todas as “outras possíveis soluções” do campo de visão do público, posicionando-se como a única alternativa viável.
O grande “aha moment” vem de uma pesquisa: as italianas produzem GLP-1 e GIP naturalmente. O segredo? A dieta mediterrânea e alimentos cultivados em solo vulcânico, ricos em nutrientes e processados em alta temperatura.
Essa descoberta leva à epifania: desenvolver uma fórmula que permita a qualquer pessoa, com a dosagem correta desses alimentos, obter o mesmo resultado das “canetas” injetáveis.
A VSL emprega uma técnica narrativa poderosa, onde a vitória é seguida por uma derrota, criando um pico emocional que eleva o impacto da solução final.
Após a epifania, vem a vitória do storytelling. No entanto, ela é rapidamente seguida por uma “derrota” inesperada. Isso é feito deliberadamente para “quebrar a expectativa” e manter o público vidrado.
A rejeição da solução pelo “chefe” (uma personificação do vilão) destrói a esperança, gerando uma forte carga emocional.
A VSL é projetada para manipular as emoções do espectador: a derrota causa a liberação de cortisol, fazendo com que a pessoa “sinta uma derrota interna”. Isso, por sua vez, potencializa a liberação de dopamina quando a solução final é apresentada, amplificando a sensação de alívio e sucesso.
Após o clímax da derrota, o expert aprende e começa a se recuperar. É o momento de reconstrução que leva à promessa principal final.
Finalmente, a VSL responde à promessa central sobre a receita, revelando o nome da fórmula/receita.
O expert demonstra sua própria trajetória de uso, mostrando como alcançou o “mundo ideal” que o público deseja. Isso é uma forma de “stacking de valor” que remonta às antigas copys que vendiam “fatos”.
A fase final da VSL se concentra em construir um valor inegável para o produto, reforçando a credibilidade e desmantelando as últimas barreiras para a compra.
Outras provas sociais são apresentadas, de pessoas que testaram o produto após o expert, solidificando ainda mais a credibilidade.
Um parágrafo de transição é dedicado a enfatizar que o produto é mais veloz, mais simples e mais forte que as alternativas.
A reportagem de “famosos emagrecendo 20-30kg em meses” é a prova social definitiva. Ela aumenta não apenas a credibilidade, mas o desejo e a percepção de valor, conectando-se à memória de alguém famoso que o público já admira.
Esta é a parte mais crítica. A VSL cria a narrativa de que o expert “abdicou de tudo para entregar a verdade” e, portanto, precisa ser pago. A história de que “era de graça no início, mas ficou inviável” e que “pessoas estavam errando a dosagem” justifica a necessidade de um produto seguro, desenvolvido e importado pelo próprio expert.
Uma objeção antecipada é resolvida ao mencionar que o ideal seria uma fórmula que “não precisasse passar pelo estômago” para alimentos concentrados, preparando o terreno para a revelação do produto em spray. Isso transforma uma potencial objeção em um benefício.
A VSL expande os benefícios do produto, amarrando todos os pontos de objeções já quebradas. Ela ressalta a importância do tema principal, do mecanismo e de ser uma “forma 100% natural”, sem a necessidade de dieta ou academia.
A inveja, antes um problema, torna-se uma aliada. O público agora “sabe o segredo das italianas” e que pode “conseguir”, transformando a intriga em prova.
A VSL mantém o espectador ativo com perguntas estratégicas que o expert já sabe a resposta, mas que servem para “reconquistar a atenção a cada momento”.
Inspirado em Russell Brunson, o que o público vai ganhar é listado em bullet points para tornar o valor mais tangível, seguido pela alavancagem de tempo, custo e resultado.
Mais um bloco de escassez é introduzido. O USP (Unique Selling Proposition) é apresentado de forma a fazer o público “pensar em comparativo” com gastos irrelevantes (R\$20 no mês), para que o valor do produto pareça ainda menor.
Se o stacking de valor foi eficaz, a redução do preço deve fazer o produto parecer “praticamente de graça”. A VSL então entra em uma “cascata de valor quase injusta”, mostrando o valor potencial do produto, o preço reduzido, bônus adicionais e seus valores, repetindo o ciclo até que o público perceba que está “levando muito por pouco”.
Os bônus não são meros extras; são “produtos que realmente vão fazer a diferença” e auxiliar na transformação que o público já deseja.
A maior oferta utiliza um “hack”: pergunta se a pessoa quer “resultados definitivos”, o que é parte da promessa primária, mas instiga a compra da maior quantidade.
A VSL finaliza reafirmando o expert como um “salvador” e oferece uma garantia robusta de 90 dias, além de vantagens de pagamento, tudo para transmitir “super confiança”.
Para finalizar, a VSL oferece duas opções ao público, transforma a “inveja” em um motivador positivo e conclui com um CTA claro.
Para o cético que chegou até o fim, há uma revisão lógica com duas opções: sem o produto (nada muda) ou com o produto (grandes mudanças). A inveja das italianas agora é um “mundo ideal” e um “alvo positivo”.
A VSL termina com um CTA resumido e um último resumo com a quebra de objeções.